O Circo e a Arte-educação
por Fabu Dias
“Pensar o circo nos dias atuais é ir muito além do picadeiro, neste momento estamos vivendo um processo histórico dentro das artes circenses, a Lona deixou de ser o único lugar onde o circo se apresenta.Uma nova visão sobre o circo se cria neste momento, o circo voltado para todas as pessoas, crianças e adultos, o circo utilizado de maneira educacional propondo uma atividade sadia para o movimentar do corpo. A prática do circo se torna possível, a partir deste momento assistir um espetáculo circense não é mais o único modo de ter contato com esta arte, se pendurar em um trapézio, jogar bolinhas, subir em um tecido e dar saltos passar a ser uma possibilidade para todos.” (DIAS, 2008 p.1)
É neste sentido que surge a Arte-educação Circense, a partir desta ruptura no Circo. Até então o “fazer circo” estava limitado a pessoas que, ou nasceram no circo, ou fugiram com ele, e o modelo de educacional seguido nestas estruturas de ensino familiar serviu, bem ou mal, ao proposito da ocasião, formar artistas circenses.
laramente a proposta da Arte-educação Circense não é a de se formar artistas, a educação puramente baseada na técnica, muitas vezes foi, e continua sendo, confundida com arte-educação, como vimos no artigo anterior.
Falar de Arte-educação Circense é falar de como queremos ensinar este circo, e principalmente, qual circo vamos ensinar. A partir do momento que existe uma pratica de ensino aprendizagem questões pedagógicas bastante sérias devem ser levadas em conta, afinal, assumimos o papel de facilitadores em uma atividade, o educador é o “porto seguro”.
É comum encontrarmos bons profissionais circenses se candidatando a ministrar aulas, ocupar o papel de Arte Educador, sem entender que estas ações não estão diretamente ligadas a qualidade técnica de suas apresentações e performances e que, por vezes, outras relações são mais relevantes que o próprio saber circense.
O saber fazer, ter a técnica apropriada é muito importante e fundamental, mas não é só isso, é preciso saber ensinar e é preciso saber como se aprende.
O arte educador pode escolher trabalhar com vários grupos variados, é importante estudar questões sobre cada um destes grupos, coisas que a primeira vista podem parecer “não ter nada haver” com o circo, mas que na pratica em aula mostram como são fundamentais.
Ensinar o circo através desta perspectiva significa entender que a pratica circense pode ensinar muito mais que uma técnica especifica, encontramos hoje uma série de documentos relatando habilidades desenvolvidas ou potencializadas com a pratica de atividades circenses.
Erminia Silva e Rogério Sette Câmara, no texto “O ensino da arte circense no Brasil. Breve histórico e algumas reflexões” destacam:
“O ensino da arte circense como atividade pedagógica possui valores imensuráveis, pois, alem de um completo desenvolvimento corporal, agregam-se valores do conhecimento artístico e cultural. O saber circense ultrapassa o conhecimento técnico e, dentro de uma experiencia itinerante e cooperativo, se transforma em filosofia de vida.” (SILVA e CÂMARA, p.7)
“Tendo como referência o conceito de competência dado pela UNESCO, constrói-se um elenco de itens necessários a pratica da atividade circense” (DIAS, 2010 p.16)
Sociais | Pessoais |
Trabalho em Grupo Cooperação Respeito Integração | Capacidade de escolha Persistência Atenção Autoconfiança Superação |
Produtivas | Cognitivas |
Coordenação Motora Velocidade de Reação Força | Concentração Consciência Corporal Lateralidade |
Neste pequeno texto pudemos ver questões importantes sobre a Arte-educação Circense, para aqueles que pretendem seguir como profissão são elementos essências, e que podem ser complementados com alguns textos:
Fabio Dias - Metodologia do ensino das atividades circenses
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