segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PROJETO MAIS EDUCAÇÃO - OFICINA DE CIRCO - OFICINEIRA NAZA










O Circo e a Arte-educação

por Fabu Dias

“Pensar o circo nos dias atuais é ir muito além do picadeiro, neste momento estamos vivendo um processo histórico dentro das artes circenses, a Lona deixou de ser o único lugar onde o circo se apresenta.
Uma nova visão sobre o circo se cria neste momento, o circo voltado para todas as pessoas, crianças e adultos, o circo utilizado de maneira educacional propondo uma atividade sadia para o movimentar do corpo. A prática do circo se torna possível, a partir deste momento assistir um espetáculo circense não é mais o único modo de ter contato com esta arte, se pendurar em um trapézio, jogar bolinhas, subir em um tecido e dar saltos passar a ser uma possibilidade para todos.” (DIAS, 2008 p.1)
É neste sentido que surge a Arte-educação Circense, a partir desta ruptura no Circo. Até então o “fazer circo” estava limitado a pessoas que, ou nasceram no circo, ou fugiram com ele, e o modelo de educacional seguido nestas estruturas de ensino familiar serviu, bem ou mal, ao proposito da ocasião, formar artistas circenses.
laramente a proposta da Arte-educação Circense não é a de se formar artistas, a educação puramente baseada na técnica, muitas vezes foi, e continua sendo, confundida com arte-educação, como vimos no artigo anterior.
Falar de Arte-educação Circense é falar de como queremos ensinar este circo, e principalmente, qual circo vamos ensinar. A partir do momento que existe uma pratica de ensino aprendizagem questões pedagógicas bastante sérias devem ser levadas em conta, afinal, assumimos o papel de facilitadores em uma atividade, o educador é o “porto seguro”.
É comum encontrarmos bons profissionais circenses se candidatando a ministrar aulas, ocupar o papel de Arte Educador, sem entender que estas ações não estão diretamente ligadas a qualidade técnica de suas apresentações e performances e que, por vezes, outras relações são mais relevantes que o próprio saber circense.
O saber fazer, ter a técnica apropriada é muito importante e fundamental, mas não é só isso, é preciso saber ensinar e é preciso saber como se aprende.
O arte educador pode escolher trabalhar com vários grupos variados, é importante estudar questões sobre cada um destes grupos, coisas que a primeira vista podem parecer “não ter nada haver” com o circo, mas que na pratica em aula mostram como são fundamentais.
Ensinar o circo através desta perspectiva significa entender que a pratica circense pode ensinar muito mais que uma técnica especifica, encontramos hoje uma série de documentos relatando habilidades desenvolvidas ou potencializadas com a pratica de atividades circenses.
Erminia Silva e Rogério Sette Câmara, no texto “O ensino da arte circense no Brasil. Breve histórico e algumas reflexões” destacam:
“O ensino da arte circense como atividade pedagógica possui valores imensuráveis, pois, alem de um completo desenvolvimento corporal, agregam-se valores do conhecimento artístico e cultural. O saber circense ultrapassa o conhecimento técnico e, dentro de uma experiencia itinerante e cooperativo, se transforma em filosofia de vida.” (SILVA e CÂMARA, p.7)

“Tendo como referência o conceito de competência dado pela UNESCO, constrói-se um elenco de itens necessários a pratica da atividade circense” (DIAS, 2010 p.16)
Sociais Pessoais
Trabalho em Grupo
Cooperação
Respeito
Integração
Capacidade de escolha
Persistência
Atenção
Autoconfiança
Superação
Produtivas Cognitivas
Coordenação Motora
Velocidade de Reação
Força
Concentração
Consciência Corporal
Lateralidade
Neste quadro vemos algumas competências que o circo desenvolve em seus participantes.
Neste pequeno texto pudemos ver questões importantes sobre a Arte-educação Circense, para aqueles que pretendem seguir como profissão são elementos essências, e que podem ser complementados com alguns textos:
Fabio Dias - Metodologia do ensino das atividades circenses

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